sexta-feira, 22 de maio de 2015

SAMSARA

Umas das maiores dificuldades que passei em minha vida foi à experiência da separação com minha primeira esposa com quem eu tenho um filho hoje com 17 anos, me casei muito novo. No inicio da relação, e logo após o casamento tudo era muito bom, nos dávamos muito bem, passamos por muitas dificuldades como qualquer outro casal deve passar. O tempo foi passando fomos nos firmando e financeiramente, não estavam mil maravilhas, mas estava bom, a ânsia por muito nunca foi o meu forte e isso era uma grande diferença entre a gente, a minha ambição era pelo básico, pra mim estava bom ter um teto, grana pra comer e passear de vez quando, nada tão extravagante! Pra quem morava numa casa de tábua no alto do morro onde a insegurança era muito grande ter uma casa de concreto ao lado da rua era luxo. Tudo era perfeito! Eu tinha uma família e meu próprio negocio, não era dos melhores, mas estava bom! Finais de semana, saíamos para parques e praias com nosso filho, às vezes ficávamos em casa mesmo, tudo isso era muito bom! Ao menos pra mim estava bom! Mas acho que em determinado momento deixou de estar bom pra ela, e aí começou o que seria na época umas das experiências mais tristes e sofridas que vivi; nessa época meu filho tinha sete anos de idade. Vi o meu mundo cair, meus sonhos e meus quereres se desfazerem, tudo que tinha aprendido em grupos, em livros naquele momento não me serviam de nada, se resumiam em um punhado de papeis e momento de prazeres momentâneos que aparentemente não me proporcionaram nenhum crescimento; nessa época eu tinha 33 anos, no início eu não aceitava, cheguei a insistir, mas nada deu certo, tive que sair de casa e começar de tudo de novo, entrei numa fase de não conseguir produzir nada, tive depressão, não sentia meus pés no chão e cheguei a pensar que eu não fosse dar conta da minha vida, fui fazer análise, fui socar almofadas, fui fazer catarse corporal, gritos e tudo aquilo que se possa imaginar... Num dia de muita dor lembro que no desespero cheguei entrar numa dessas igrejas evangélicas, ao menos lá dentro eu pude chorar sem me preocupar em esconder as lágrimas, pois quase todos lá choravam. Fui morar na casa de amigos no intuito de sair dessa atmosfera, mas o caos estava dentro de mim, meus pais preocupados me procuraram e lembro como se fosse hoje, meu pai disse: a casa não é grande você sabe, e ainda temos os netos, mas venha morar com a gente até as coisas se acertarem. Voltei pra casa de meus pais, os quartos todos ocupados, me pai estendeu um cobertor no chão ao lado da cama de casal dele e da minha mãe, me trouxe um lençol um travesseiro onde deitei minha cabeça me virei de lado e chorei baixinho, então vinha em minha cabeça pensamentos de que eu tinha falhado e fracassado, ao mesmo tempo pensamentos de gratidão pelos meus pais estarem ali dispostos a dividirem não só a casa, mas o próprio quarto. Não foi fácil viver aquilo tudo, assim como não foi fácil retomar as rédeas da vida e faze-la voltar a ter sentido, eu precisava retomar a minha vida, pensava no meu filho, ele dava fazia minha vida ter sentido, e era esse sentimento de responsabilidade que me erguer a cabeça e seguir em frente, então resolvi retomar meus estudos, fazer faculdade, trabalhar etc.. E aqui estou eu vivo, trabalhando, dando conta da vida do jeito que posso, meu filho cresceu e ainda tive a benção de conhecer o Yoga, Fabiana e o Vedanta. Harih om Leiam também o texto de João Goulart sobre seus sentimentos diante de uma dificuldade enfrentada na vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário